O Projecto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoah) foi concebido tendo por base a filosofia educativa da Escola Internacional para o Estudo do Holocausto, integrada no Yad Vashem, cuja prioridade é a personificação das vítimas: dar um rosto, um nome e uma história a cada uma delas. Assim, durante o desenrolar deste projecto, pretendeu-se ensinar a Shoá através de relatos humanos a um grupo de 37 alunos do 12.º Ano da Escola Secundária de Vilela (Paredes, Portugal) para que se possa perceber que não é de números que se trata quando se fala da “Solução Final do problema judeu” mas de seres humanos.
Assim, ao longo do ano lectivo 2009/2010, estes alunos portugueses foram divididos em quatro grupos de trabalho. Um grupo realizou a operação “Apesar de tudo sobrevivemos”: pesquisa de biografias de sobreviventes da Shoá de diferentes nacionalidades e preenchimento de fichas de identificação que agora estão disponíveis, em caixas construídas pelos alunos, para consulta na Biblioteca da Escola. Um segundo grupo organizou a operação “Nós também vivemos a guerra”: um projecto de história oral e local sobre o impacto da 2.ª Guerra Mundial na vida dos portugueses, através da aplicação de um inquérito a uma amostra populacional da área geográfica de influência da escola e a outra amostra da área geográfica do Porto. O resultado deste trabalho foi a produção de um poster com as conclusões comparativas mais relevantes do estudo efectuado. O terceiro grupo realizou a operação “Olhares diversos sobre a Shoá”: um projecto de intercâmbio multicultural e história comparativa sobre a memória do Holocausto, mediante contacto dos alunos portugueses com estudantes estrangeiros (residentes no estrangeiro ou estudantes Erasmus a residir em Portugal), por via electrónica ou presencial. O objectivo era produzir um estudo comparativo sobre conceitos relacionados com o Holocausto, o ensino do Holocausto, a importância da memória do Holocausto… em diferentes países, tendo-se assim produzido três posters com as conclusões do estudo. Finalmente, o quarto grupo desenvolveu a operação “À procura de seis em seis milhões”.
Tendo por base a história pessoal de Daniel Mendelsohn publicada no livro “Os Desaparecidos: À procura de 6 em 6 milhões”, aos estudantes portugueses foi proposto o desenvolvimento de um projecto de recuperação da memória de seis pessoas que morreram no Holocausto, através do contacto com um familiar dessas pessoas que vivesse em Portugal ou falasse português, por via electrónica. Com a informação recolhida (memórias pessoais dos familiares, fotografias, documentos pessoais, consulta documental em arquivos online) os estudantes construíram uma exposição com 20 cartazes, onde a memória destas pessoas foi recuperada. Este é o catálogo dessa exposição.